Natália
Chatilly – Mare Soares: Um diário foi escrito. Catherine Aragon, numa atitude desesperada, escreve suas recordações em busca de socorro. Somente dez anos depois suas palavras foram ouvidas por um renomado cientista. Ethan Stuart, um homem com pouco carisma, toma as rédeas da situação para tentar ajudá-la.
Ele contará com a ajuda de personagens suspeitos: o exótico Leon Saiter, um alcoólatra sem muita perspectiva que arriscará a própria vida para obter êxito na resolução do caso e a interessante Anabelle, que vive um dilema dentro de si onde questionará suas verdades e seus valores.
A tríade investigadora conclui a soma dos catetos, tornando Chantilly um dos desafios mais intrigantes do seu viver.
Mergulhe nesta aventura, em um ambiente noir, repleta de mistérios a serem desvendados numa cidade onde as pessoas perderam as lembranças.
(sinopse: quarta capa do livro.)



Romance de estreia da escritora Mare Soares, o primeiro de uma trilogia, Chantilly é uma publicação independente (isso mesmo, sem editora!). Foi esse o principal motivo que me levou a comprá-lo. Isso, e o fato da Mare chamá-los de "bebês-livros" no blog dela. HAHA
Como alguns de vocês sabem, eu tenho a pretensão de um dia ter meu próprio livro publicado. E o mínimo que posso fazer enquanto esse dia não chega, é dar apoio aos caros colegas que já chegaram lá. O livro é baratinho e dá pra comprar pelo site. Acessa lá e aproveita que vem autografado!
Bom, propaganda feita, vamos à resenha.
Em primeiro lugar, a Mare me enganou! Mesmo lendo a sinopse, eu continuava achando que a história seria fofa. Não pude evitar: a capa é uma fofura! Mas não tem nada de fofo no suspense que ronda Chatilly e seus arredores. No ano de 2020, as pessoas que vivem na cidade começam a perder a memória. No início, só esquecem coisas banais, mas a doença (ou seja lá o que for que está atacando todo mundo) age rápido, e logo praticamente todos os moradores esqueceram até seus próprios nomes. Catherine Aragon decide escrever um diário para pedir ajuda e registrar o que ainda lembra, antes que seja tarde demais. Só recebe uma resposta, no entanto, dez anos mais tarde, quando já acredita não haver mais esperança. Seu diário chegou às mãos de Ethan Stuart, um cientista reservado e solitário, que resolve tentar desvendar esse mistério.
Poucas personagens nos são apresentadas durante a trama. Além de Catherine e Ethan, conhecemos Leon Saiter, Annabelle e Adrien, este último com menor destaque (e aparentemente o vilão). O livro é dividido de acordo com os meses do ano (exceto a primeira parte, que é o diário, escrito entre outubro e novembro de 2020): de janeiro de 2030 à janeiro de 2031. Eu, particularmente, não gostei muito dessa divisão. Achei que prejudica um pouco a continuidade da história, como se o fim de cada capítulo fosse uma interrupção antes de dar início ao próximo.
O suspense foi bem trabalhado, algumas respostas importantes nos são apresentadas e temos informações que os protagonistas não têm. Gostei do fato de a narrativa, em 3ª pessoa, mostrar os pontos de vista de personagens diferentes, nos dando uma visão mais ampla dos fatos.
Porém, com tão poucos personagens, era de se esperar que cada um deles tivesse suas características pessoais e suas histórias profundamente trabalhadas. E não é o que acontece. O único que tem suas motivações explicadas é Ethan. Tudo bem, também descobrimos um pouco sobre o passado de Leon (e sua ligação com o caso Chantilly), mas ainda tem muita coisa não explicada sobre a história dele. E Anabelle é simplesmente uma incógnita. Impossível saber quem ela é, como se envolveu no caso e muito menos quais são suas intenções. Mesmo quando temos sua visão dos fatos, não podemos saber quais serão suas escolhas no futuro, seus pensamentos mudam com uma rapidez extraordinária.
Entendo que todo esse segredo em torno de certas personagens provavelmente foi proposital, e descobriremos mais sobre eles na continuação, mas não deixou de me incomodar de certa forma.
Em suma, o livro é uma leitura fácil e gostosa, além de ser fruto nacional, e eu super recomendo para vocês.
As sequencias, CopenhagueChampagne, ainda estão em produção e não têm data de lançamento.


Autora: Mare Soares.
Editora: publicação independente.
1 Response
  1. Mare Soares Says:

    Eu vi o email agora =P Obrigada pela resenha!
    Ah, não se preocupe, acho que críticas construtivas, como vc faz, são ótimas. Afinal, é meu primeiro livro e eu ainda tenho muito o que aprender =)
    Um ponto que vêm me chamando atenção e aqui não foi diferente é Anabelle. Ela tem se tornado personagem sujeito a críticas e eu não entendo o pq, eu adoro ela XD.
    Talvez eu não tenha passado bem minhas pretensões. Mas, assim, ela é uma personagem suspeita. Ela é desprovida de caráter, ela não sabe o que ela quer. Ela muda de lado sempre que a corda a fica bamba. A pergunta que será respondida nos próximos não é como ela se envolve no caso, mas SE ela realmente tem ligação com o caso. Essa dúvida paira no ar ainda até então.
    Sobre Adrien, ele ainda nao leva mt importancia no primeiro livro =x ele cresce no próximo, junto com novas personagens.
    Acho que a questão sobre Adrien não será um vilão.. Não tem um vilão, nem um mocinho. Se não eu acabaria encaixando Anabelle como a principal vilã na história XD
    Minha idéia a ser trabalhada nos seguintes é em relação a conflito de interesses. Não tem um bem e um mal, terá posições. Umas causará identificação, outras não \o/
    espero nao ter dado spoiler do próximo com isso uahauahe

    enfim, é isso =DD ja ja respondo seu email
    bjoos


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